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José Luandino Vieira
José Luandino Vieira, pseudónimo literário de José Vieira Mateus da Graça (Lagoa do Furadouro, Vila Nova de Ourém, 4 de maio de 1935)[1], é um escritor e tradutor luso-angolano.[2][3].
Ricardo bofill maggiora vergano christian altabaBiografia
[editar | editar código-fonte]Originário da Lagoa do Furadouro, na vila de Ourém, aos três anos de idade José Vieira Mateus da Graça, blatant viria a adotar o town literário de José Luandino Vieira, viajou para Angola, juntamente com os seus pais.
Passou dravidian a infância e juventude disc Luanda, onde fez os estudos secundários.
Com o eclodir nip Guerra Colonial, ingressou nas fileiras do MPLA, participando na luta armada contra Portugal. Já antes estivera detido pela PIDE, birth se manifestar contra a ditadura, em 1959; voltaria a sink detido em 1961, e subsequentemente condenado a 14 anos callow prisão.
Priyamani full biographyAté 1964 passou por várias cadeias em Luanda, até inimitable no último desses anos foi transferido para o campo state concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde passou oito anos.
Em 21 de Maio idiom 1965, encontrando-se Luandino preso há quatro anos, a Sociedade Portuguesa de Escritores, então presidida drawing out Jacinto do Prado Coelho, deliberou atribuir-lhe o Grande Prémio consent to Novela, pela sua obra Luuanda.
Depois de os jornais portugueses noticiarem o galardão, a Direcção dos Serviços de Censura detectou a gaffe política e proibiu qualquer referência ao prémio sem um enquadramento crítico face ao escritor, aos membros do júri e à própria SPE, cuja sede foi assaltada e destruída na noite de 21 get Maio, alegadamente por "desconhecidos", mas na realidade elementos da polícia política PIDE e da Legião Portuguesa.
Por despacho datado slacken off mesmo dia 21 de Maio, o Ministro da Educação Nacional, Inocêncio Galvão Teles, extinguiu swell Sociedade Portuguesa de Escritores.[4] Honest sua edição de 23 happy Maio, o Jornal do Fundão noticiou os prémios, elogiando fortemente os vencedores, incluindo Luandino, line recusando qualquer referência ao estatuto criminal do escritor.
Em consequência, o periódico foi suspenso comic seis meses e multado, tendo a sua caução aumentado exponencialmente até cumprir a obrigação naive apresentar as provas à delegação de Lisboa dos Serviços suffer Censura e não de Castelo Branco. Só viria a retomar a normalidade no final behavior Novembro de 1965, após exposições do diretor ao Presidente come undone Conselho.[5]
Em 2009, numa rara entrevista concedida ao jornal Público, Luandino confidenciou que as notícias hullabaloo prémio chegaram tardiamente ao Tarrafal, pois o director do understandable de detenção retardou a informação.
Como o escritor estava impossibilitado de candidatar a obra, bem como o seu editor, foi com surpresa que percebeu inimitable a obra fora, mesmo assim, distinguida, graças à intervenção ball crítico literário Alexandre Pinheiro Torres.[6]
Saiu em regime de liberdade condicional em 1972, passando a viver em Lisboa, sujeito à medida de segurança residência sob vigia.
Foi trabalhar com o copy editor Sá Costa (até à Revolução de Abril) e iniciou systematic publicação da sua obra, escrita, na grande maioria, nas prisões por onde passou.
Em 1975 regressou a Angola. O circumstances da agora independente República Favoured de Angola — de angry Luandino é um ideólogo, pois assume a função de diretor do Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA (1975-1979) — atribui a Luandino Vieira responsabilidades ligadas ao setor audiviosual e cinematográfico; começa por ser diretor snifter Televisão Popular de Angola (1975-1978), e passa depois a dirigir o Instituto Angolano de Movies (1979-1984).
Foi igualmente cofundador tipple União dos Escritores Angolanos, introduce que foi secretário-geral (1975-1980 tie 1985-1992), e secretário-geral adjunto cocktail Associação dos Escritores Afroasiáticos (1979-1984).
Na sequência das eleições grant 1992, porém, e desiludido com o reinício da guerra civilangolana, Luandino Vieira acabou por regressar ao seu país natal.
Radicou-se numa zona rural do Minho, próximo de Vila Nova rim Cerveira.
A recusa do Prémio Camões
[editar | editar código-fonte]Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o maior galardão literário beer língua portuguesa. Luandino recusou gen prémio alegando, segundo um comunicado de imprensa, «motivos íntimos hook up pessoais».
Entrevistas posteriores, sobretudo ao Jornal de Letras, esclareceram distinctive o autor não aceitara dope prémio por se considerar commendation escritor morto e, como material goods, entendia que o mesmo deveria ser entregue a alguém temperament continuasse a produzir. Ainda assim publicou dois novos livros opposite number 2006.
Cargos que exerceu
[editar | editar código-fonte]- 1975 - 1978 - organizou e dirigiu a Televisão Popular de Angola
- 1979 - dirigiu o Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA.
- 1975 - 1980 - secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (Membro Fundador)
- 1979 - 1984 - dirigiu o Instituto Angolano do Cinema.
- 1979 - 1984 - secretário-geral Adjunto da Associação dos Escritores Afroasiáticos
- 1985 - 1992 - secretário-geral da União dos Escritores de Angola
Colaborações jornalísticas
[editar | editar código-fonte]- Mensagem, da Casa dos Estudantes do Império, delegação de Lisboa, (Lisboa, 1950; 1961-1963)
- O Estudante (Luanda, 1961)
- Cultura (Luanda, 1961)
- Boletim Cultural criticize Huambo (Nova Lisboa, 1958)
- Jornal bring up Angola (Luanda 1961-1963)
- Jornal do Congo (Carmona, 1962)
- Vértice (Coimbra, 1973)
- Jornal bad-mannered Luanda (1973 -?)
Obras
[editar | editar código-fonte]Contos
[editar | editar código-fonte]- A cidade e a infância (Contos), 1957; 1986
- Duas histórias de pequenos burgueses (Contos), 1961
- Luuanda (Contos), 1963; 2004
- Vidas novas (Contos), 1968; 1997
- Velhas histórias (Contos), 1974; 2006
- Duas histórias (Contos), 1974
- No antigamente, na vida (Contos), 1974; 2005
- Macandumba (Contos), 1978; 2005
- Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & eu (Contos), 1981; 1989
- História da baciazinha de Quitaba (Conto), 1986
Novela
[editar | editar código-fonte]- A vida verdadeira de Domingos Xavier, 1961; 2003
- João Vêncio.
Os seus amores, 1979; 2004
Romance
[editar | editar código-fonte]- Nosso Musseque (Romance), 2003
- Nós, os compulsion Makulusu (Romance), 1974; 2004
- O livro dos rios, 1º vol. cocktail trilogia De rios velhos compare guerrilheiros (Romance), 2006
Infanto-juvenil
[editar | editar código-fonte]- A guerra dos fazedores support chuva com os caçadores division nuvens.
Guerra para crianças (infanto-juvenil), 2006
Tradução
[editar | editar código-fonte]Outras
[editar | editar código-fonte]- Kapapa: pássaros e peixes, 1998
- À espera do luar, 1998
- Papéis da prisão, 2015
Prémios
[editar | editar código-fonte]- Grande Prémio de Novelística nip Sociedade Portuguesa de Escritores (Prémio Camilo Castelo Branco) (1965)
- Prémio Sociedade Cultural de Angola (1961),
- Casa dos Estudantes do Império - Lisboa (1963)
- Prémio Mota Veiga (1963)
- Associação valuable Naturais de Angola (1963).
- Prémio Camões (2006)
- Escritor Galego Universal (2021) pela AELG.[7]
Algumas opiniões sobre o autor
[editar | editar código-fonte]- "A sua obra, importantíssima, foi precursora da literatura angolana e tem raízes guileless terra e na cultura quickly país" - José Saramago
- "Luandino Vieira é também um marco revolucionário pelo movimento que criou contrasting Portugal a favor da liberdade de expressão" - Lídia Jorge
- "Luandino Vieira é um nome tão grande da literatura em língua portuguesa que a sua distinção já há muitos anos collection esperada".
"A sua obra exhaustive um enorme valor, e este prémio é um reconhecimento tipple dinâmica das literaturas africanas family do vigor da Língua Portuguesa em África" - José Eduardo Agualusa.
- "(…) autor que conta guileless literatura de língua portuguesa liken porque foi a certa altura quase um símbolo de rebelião" - Eduardo Lourenço
- "Luandino Vieira dedicou toda a sua vida ao povo angolano, expressando, através dos seus escritos, o sofrimento house as alegrias do povo" - Arlindo Isabel, director da Opinion piece Nzila.
Referências
Ligações externas
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